Storytelling
Histórico de Revisão
Data | Versão | Descrição | Autor |
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22/08/2019 | 0.1 | Adição de Introdução e Storytellings criados | Matheus Blanco |
28/08/2019 | 0.2 | Correção de arquivo, com storytellings completos na página | Matheus Blanco |
Introdução
A técnica de Storytelling é utilizada para a elicitação de requisitos de software. Ela serve para simular, em um cenário fictício, situações de possíveis utilizações do software a ser criado. A partir dessa simulação os engenheiros podem identificar os requisitos existentes na história, elicitando-os dessa maneira.
Storytelling 1 - Visão de Usuário
Sabe aquele amigo que todo mundo tem, que come que nem um condenado e não engorda um mísero quilo? Que você olha e pensa: que inveja lascada.
Pois é. Eu sou esse tipo de amigo. E não aquele tipo que come muitas comidas em geral, balanceadas e tal, eu sou aquele tipo que come muita besteira, o tempo todo. Meu passatempo preferido é ir no Burger King da esquina e pedir um Whooper com balde de batata, coisa que faço umas 3 vezes por semana. Já que eu posso, tenho que aproveitar né?
Pelo menos saibam que eu não saio por aí me gabando disso pra toda pessoa que aparecer na minha frente. Só fiz isso porque achei que seria legal pra definir o contexto da história que vou contar agora.
Recentemente eu soube, por indicação de uns amigos, que um novo shopping estava abrindo aqui em São Paulo. Mas ao contrários do que vocês devem estar pensando, eu não fui pra comprar. Fui para comer, óbvio. Adoro comer besteira nova e diferente. Me falaram também que apareceram umas inovações diferenciadas nas lojas de fast-food, então está aí outro motivo para dar uma olhadinha.
Chegando lá, fui direto para a praça de alimentação. Olhei em volta e vi que era o padrão de todas as praças de alimentação. Fast-food, comida chinesa e japonesa, sorveteria, um ou outro restaurante mais luxuoso, nada muito fora do padrão, tirando as mesas.
É bem comum ter algum tipo de propaganda estampada na mesa, ou algum papel naqueles estandes pequenos de plástico com preços baratos do dia, coisas assim, e o que eu vi não foi nada muito surpreendente. Em cada uma das mesas, tinha um QR code estampado no canto inferior direito, dependendo da posição de onde você estava olhando.
“Só mais algum tipo de promoção”, pensei comigo mesmo. Poderia ter simplesmente ignorado aquilo e seguido com meus desejos esfomeados para a lanchonete mais próxima, mas não deu. Sentei na mesa, peguei meu celular e fui escanear. Antes de poder fazê-lo, percebi que tinham algumas coisas escritas embaixo do QR code. “Não necessita de aplicativo”, era o que estava escrito, o que achei ótimo pois meu celular já estava lotado de fotos de WhatsApp que eu nunca lembro de apagar.
Abri a câmera, posicionei o celular pro código ficar bem encaixado no espaço de leitura da câmera e esperei. Dois segundos depois uma janela subiu na minha tela com uma logo bonitinha e o nome QR COMER (adorei a piadinha). A página me falava que eu tinha que me cadastrar, então o fiz. Me cadastrei com a minha conta do Google. Informei também meu cartão de crédito para poder realizar pagamentos.
Após cadastro, a página mostrou uma tela de loading e depois me informou que eu me encontrava no tal shopping novo. Embaixo disso, apareceu uma lista de restaurantes, de uma maneira que deu a entender que se eu clicasse no nome deles, apareceria uma nova tela. Fiquei uns segundos encarando aquela tela sem entender direito, até que eu percebi, que a lista mostrava todos os restaurantes que existiam naquele shopping, sem deixar nenhum faltar e sem adicionar nenhum a mais.
Escolhi o Sushi Loko, porque tava morrendo de vontade de comer uns gyozas. Escolhi o restaurante a partir da lista do aplicativo e fui levado para uma nova tela e uma nova lista, a qual mostrava comidas ao invés de estabelecimentos e entendi que estava olhando o cardápio.
O site então disse que eu podia escolher as comidas e foi o que eu fiz. Escolhi a porção de gyoza e informei em um campo que queria umas 3 porções. No campo de observações, informei que queria molho agridoce e shoyu, um de cada. Na mesma tela tinha uma opção de adicionar mais pedidos, apertei nela e adicionei uma sopa de Missô, com cebolinha e caldo extras. Achei que por hora estava bom e apertei o botão de finalizar, achando que fosse acabar minha interação com a aplicação. Ledo engano.
Fui redirecionado para uma página que perguntava se eu gostaria de bebida. Escolhi uma Coca-Cola Zero. Por fim, escolhi meu cartão como forma de pagamento e tive que inserir a senha e identificar com a digital do celular. Chato, mas seguro, então está valendo.
Depois de pagar, mais uma nova tela. O site me fala:
Sua senha é o número 2611. Por favor aguarde seu número ser chamado para ir buscar seu pedido.
Vinte minutos depois, meu celular apita e a mensagem: “Seu pedido está pronto, por favor encaminhe-se ao balcão para pegar seu pedido”. Me levantei e fui pegar a comida. Peguei a comida, voltei para a mesa e comi.
Achei muito interessante toda a experiência, principalmente pelo fato de que não tive de enfrentar nenhuma fila. Só cheguei, sentei, pedi, paguei, comi e fui embora. Achei uma iniciativa muito legal, pois meu conforto foi praticamente maximizado, em comparação com todas as outras vezes que fui em uma praça de alimentação, o que foi bem legal. E eu só percebi isso depois de terminar de comer, quando me levantei, olhei ao meu redor e vi que nenhuma lanchonete tinha uma fila no caixa, apesar da praça estar lotada.
- | Storytelling |
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Versão | Atual: 1.0 (22/08/19) Anterior: - |
Descrição | Storytelling |
Autor | Matheus Blanco e Revisão de Saleh Kader |
Storytelling 2 - Visão de Vendedor
Tecnologia é uma coisa que, ao mesmo tempo, pode ser muito boa é muito estranha. A influência que ela consegue exercer em cima das coisas do dia-a-dia é algo que impressiona. Coisas tão básicas e essenciais sofrem com um processo de criação e inovação tão forte que acaba por mudar toda a nossa experiência com a determinada tarefa. Parece que a tecnologia está mesmo chegando para ficar, e para alterar completamente nossas vidas.
Uma dessas novidades que realmente me chamou a atenção é um pequeno App usado na China. Ele se chama WeChat, e aparentemente vem pré-instalado em todos os smartphones de lá. Aparentemente, o WeChat é um App de bate-papo, como o nosso famoso WhatsApp, entretanto embutido com um monte de funcionalidades diferentes. Uma dessas funcionalidades é um serviço de pagamento chamado WeChat Pay. Tipo o nosso PicPay embutido no WhatsApp, formando um daqueles chamados SuperApps.
Mas não é essa funcionalidade que me chamou mesmo a atenção. Tem algo muito melhor.
Porém, antes de continuar eu acho melhor eu te contextualizar melhor sobre quem eu sou. Meu nome não importa muito para esse relato, só o fato de que eu sou gerente geral do Sushi Loko funcionando no novo shopping do estado de São Paulo. Aquela mesma história de sempre, shopping, lojas, praça de alimentação, nada fora do cotidiano de um shopping. Com exceção de uma coisa.
Enquanto eu lia mais sobre o WeChat Pay, acabei esbarrando em algo que pôde ser aplicado a partir da existência desse Pay. Algo que está sendo fortemente implementado em todas as maiores cidades da China, por ser realmente uma ideia inovadora. Essa ideia está acabando com o conceito de filas, pois inutiliza toda a interação que o cliente tem com o caixa de uma lanchonete ou restaurante. Não vou saber te dizer o nome dessa funcionalidade, só que ela faz parte do WeChat e funciona mais ou menos assim: - Um cliente chega num restaurante e escaneia o QR code que se encontra lá; - O app abre então um menu com as opções de cardápio; - Seleciona os itens que deseja pedir; - Confirma o pedido e o app utiliza o Pay para pagar o lanche; - A comida chega ou você levanta pra pegar; - Come e vai embora.
E fim. Algo tão simples conseguiu acabar com a necessidade de filas. Fiquei tão interessado nessa ideia que, utilizando minha autoridade como Gerente Geral do Sushi Loko, me aproximei do dono do shopping e sugeri essa ideia. Vou te poupar dos detalhes dessa conversa, pois não é o nosso foco aqui. Só vou dizer que ele aceitou bem e contratamos um time de engenheiros da Universidade de Brasília Campus Gama para criar o programa. Deu muito certo.
O “App”, que na verdade é um site que abre no seu celular a partir do QR code, se chama QRComer (se fala quer-comer) e funciona de maneira bem parecida com o do WeChat. Com certeza alguém vai escrever uma review sobre a visão do cliente, então vou me focar nas funcionalidades para vendedores neste texto. O site funciona de maneira a cadastrar shoppings e lanchonetes. Cada shopping gera um QR code diferente e é a partir dele que toda a interação acontece. Ele dá acesso a todos os restaurantes localizados no shopping.
E para cadastrar um restaurante é tão fácil quanto. Durante o cadastro do Sushi Loko, escolhido pela equipe e por mim para ser a rodada de testes, teste beta como eles chamam. Tivemos que antes realizar nosso cadastro, com informações como CNPJ, nome Fantasia, Razão Social e informações burocráticas desse tipo.
Isso tudo numa telinha só. Ai pro próximo passo, o site abriu uma nova tela com novos campos a serem preenchidos. Esse pedia informações de comidas e produtos, sendo que para adicionar mais de um produto, tivemos que re-abrir essa mesma página uma quantidade considerável de vezes. Ela pedia informações como Nome do alimentos, possíveis complementos, observações, do que o pedido era composto, tempo necessário médio para que ficasse pronto e, finalmente, preço.
São informações bem básicas, o que significa que nós basicamente tivemos que adicionar nosso cardápio inteiro no aplicativo. Foi um processo chatinho mas recompensador.
Alguns meses se passaram e o shopping finalmente inaugurou e, com ele, o novo site de pedidos. Devo dizer que os resultados até o momento têm sido ótimos.
- | Storytelling 2 |
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Versão | Atual: 1.0 (22/08/19) Anterior: - |
Descrição | Storytelling 2 |
Autor | Matheus Blanco e Revisão de Saleh Kader |
Referências
SANTOS, Venícios Gustavo. UTILIZAÇÃO DE STORYTELLING COMO FERRAMENTA DE AQUISIÇÃO DE REQUISITOS EM PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE APOIADOS EM MODELOS ÁGEIS: O USO APOIADO NO EXTREME PROGRAMMING. E-tec, Belo Horizonte, v.1, n.1, nov 2008 , [S. l.], 1 nov. 2008. Disponível em: https://revistas.unibh.br/dtec/article/view/440/238. Acesso em: 22 ago. 2019.